4ª temporada de ‘Stranger Things’: Millie Bobby Brown e Finn Wolfhard falam sobre os motivos dessa temporada “ser a mais assustadora e sombria” até o momento.
Eles também revelam sobre explorar ainda mais do passado de Eleven e como a relação entre Mike e Eleven será testada pela distância. — via Collider
Estamos ainda mais perto da 4ª temporada de Stranger Things, com a tão esperada premiere da série de sucesso da Netflix que finalmente será lançada no dia 27 de Maio. A próxima temporada, que na verdade será dividida em duas partes (a segunda lançará no dia 1° de Julho), acontece após a batalha no Starcourt Mall, cuja resultou na separação do nosso grupo em Hawkins, incluindo um final que mostrava o destino do chefe de polícia Jim Hopper (David Harbour) totalmente sem respostas, assim como o da Família Byers (incluindo a personagem de Winona Ryder, Joyce, o de Charlie Heaton, Jonathan, e de Noah Schnapp, Will) e Eleven (Millie Bobby Brown) decidindo se mudarem da cidade de uma vez por todas. Seis meses depois, a quarta temporada parte de onde a história terminou, enquanto os amigos que foram deixados para trás— incluindo Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo), Lucas (Caleb McLaughlin), Max (Sadie Sink), Nancy (Natalia Dyer), Steve (Joe Keery), Robin (Maya Hawke), e outros tentam navegar nos corredores aterrorizantes do ensino médio. Mas esse não é o único problema que os aguarda — porque um novo mal está se espalhando em Hawkins, um que deixa uma pista de que, se for resolvido, pode finalmente eliminar o Mundo Invertido de uma vez por todas.
Voltando em Junho de 2021, a Collider teve a oportunidade de participar de uma visita virtual ao set da 4ª temporada de Stranger Things, assim como ter uma tour personalizada com alguns dos membros da produção e poder conversar com alguns do cast sobre o que esperam seus personagens quando a série retornar em Maio. Em uma entrevista de mesa redonda com Brown e Wolfhard, cuja você pode conferir abaixo, os colegas de elenco falam sobre como a temporada explorará mais do passado de Eleven, como a relação entre Joyce e Eleven se desenvolverá, qual foi a grande reviravolta para o grupo principal desde o fim da 3ª temporada e como Mike e Eleven lidarão com a relação à distância. Eles também falarão sobre como a 4ª temporada é a mais sombria da série, qual temporada acham mais assustadora, em suas opiniões, o porquê de Mike se juntar ao The Hellfire Club, e mais.
PERGUNTA: No video do set que vimos, Eleven mergulha no seu passado para recuperar seus poderes. Poderia nos detalhar um pouco disso e explicar o que os telespectadores podem esperar dessa sua jornada?
MILLIE BOBBY BROWN: Eu realmente não posso entrar em detalhes sobre isso. Uau. Ai meu Deus. Vai ser um dia daqueles. Eu realmente não posso dar detalhes. O que posso dizer a você é que sempre leva ao Mundo Invertido e a Eleven obviamente tem a maior parte dessa temporada e que essa temporada está incrível. Vocês definitivamente verão coisas que estavam questionando, terão respostas, o que é muito bom. Também foi muito legal pra mim filmar isso e entender mais do passado da Eleven, mas vocês com certeza irão mergulhar bastante nele na 4ª temporada.
PERGUNTA: Assistimos alguns especiais sobre a temporada e em um deles falava sobre como a relação entre a Eleven e a Joyce vai… a relação entre elas irá evoluir e Eleven realmente se inspirará em Joyce. Você poderia nos falar um pouco sobre como isso irá acontecer?
BROWN: Como você sabe, ela se mudará com Joyce, Jonathan, e Will, e naturalmente quando uma mulher entra na sua vida, você é inspirada por ela, especialmente uma figura materna. Isso foi algo que Eleven não havia tido ainda. Então naturalmente, vocês verão a relação delas tendo um progresso natural, com certeza.
PERGUNTA: No decorrer da série, temos esse grupo de amigos e agora pela primeira vez eles estão totalmente separados. Como foi para assimilar isso?
FINN WOLFHARD: Bom, eu não sei. É estranho. Acho que em todas as temporadas nós meio que nos separamos, não importa o que aconteça. Nós só estamos realmente todos juntos em algumas poucas cenas no final da temporada. Também acho que só esse ano, com a programação que tivemos no ano passado, quando subitamente fomos atingidos pela pandemia, tivemos que parar. Então, eu não sei. Está sendo estranho. Millie tem filmado muito mais do que eu. Estou indo e voltando, mas voltarei a filmar agora. Está sendo bem diferente com certeza, mas também é legal dar um pouco de espaço pros outros personagens e coisas do gênero.
BROWN: Como Finn disse, acho que sempre nos separamos. A primeira temporada foi a única que tivemos quase todas as cenas juntos como o grupo de crianças, e é sempre difícil porque crescemos juntos. Você sempre quer ver o seu personagem entrar na história do outro assim podemos ter cenas juntos, mas obviamente, Stranger Things é Stranger Things e as melhores coisas acontecem quando há uma separação. Todos enfrentamos as jornadas dos próprios personagens com o objetivo de se encontrarem dentro de si. Mas também Stranger Things não seria Stranger Things sem todos juntos lutando contra o mal. Então você vê isso, e também nos terá todos unidos na 4ª temporada.
PERGUNTA: Os Duffers adiantaram que essa temporada será a mais sombria de todas. Estou curioso sobre a opinião de vocês sobre isso.
WOLFHARD: Acho que com certeza fica mais sombria a cada temporada. Também muda o gênero — não o gênero, digo, fica “mais” em tudo. Mais engraçada, mais assustadora, mais dramática. E acredito que isso segue a linha de que estamos ficando mais velhos, e crescendo. Nós não usaremos perucas fantasiosas quando tivermos 40 anos, gritando sobre Demogorgons e coisas do gênero. Acho que esse é um grande exemplo que os Duffers realmente tratam seus personagens de acordo com suas idades. Gosto de comparar com Harry Potter. Como aqueles filmes foram ficando mais sombrios, e é nesse ponto que estamos agora. É uma progressão perfeita, na minha opinião.
PERGUNTA: Millie, nós vimos no trailer teaser que há momentos em que você volta para a sua versão mais jovem. Poderia nos falar sobre essa transição? Porque seu personagem passou por tantas coisas, mas você retornará às suas raizes. Não tenho certeza do quanto pode dizer sobre isso. Só estava curioso sobre esse aspecto da sua história.
BROWN: Bom, esse aspecto da história eu não posso falar porque é um dos assuntos principais. Mas o que posso dizer é que quando eu tinha 10 anos de idade, na primeira temporada, essas cenas foram extremamente difíceis para mim, mas essa história dela quando criança não foi mostrada. Ainda existem muitas perguntas minhas e dos telespectadores. Sei que os Irmãos Duffer acobertam muito bem os bastidores de cada personagem, então com certeza, vocês verão mais sobre isso nessa temporada.
PERGUNTA: Para vocês dois, qual temporada pessoalmente acham a mais sombria, e a 4ª seria a resposta da pergunta?
WOLFHARD: Sim. Eu definitivamente diria que a 4ª é a mais assustadora e sombria, facilmente. Eu diria, eu não darei nenhum spoiler, as pessoas saberão disso, mas eu compartilho muitas cenas com o Eduardo Franco, que é um comediante brilhante. Então eu diria sobre essa temporada, eu tenho as partes mais engraçadas da temporada, as mais brincalhonas. Mas lendo os scripts foi tipo “Ah, da, da, da, divertido, diversão, diversão,” e do nada tipo “Isso é a coisa mais louca que…” quero dizer, é a coisa mais louca que os Duffers mostraram tipo… Sinto que mesmo se pudessem ir pro lado mais sombrio na primeira temporada, não o fariam. Mas acho que era porque tinham que provar que eram capazes… eu acho a primeira temporada incrível. Acho ela maravilhosa. Mas acho que os Duffers amam coisas sombrias, terror. Eles amam essa coisa de maldade, morte, e acho que eles tinham que provar para si próprios que tinham todas as audiências para assistir isso e se sentirem mais seguros. Essa temporada continua segura— não em um sentido ruim, no fato de que todos podem assistir. Esse continua sendo o caso agora, mas eles fizeram de um jeito tão brilhante que eles podem virar tudo a cada temporada. Então ninguém nota até assistir, realmente. Então acho que essa é a mais sombria até agora. Nós dizemos isso todo ano, também.
BROWN: Eu sei, dizemos isso todo ano.
WOLFHARD: Verdade. Não. É sim. Porque senão as pessoas vão começar a achar que a gente —
BROWN: Que a gente está mentindo.
WOLFHARD: Sim. Que a gente está mentindo. E que as pessoas estão nos mandando dizer coisas. Tipo, a temporada passada foi a mais sombria até agora. Sempre está em constante movimento e respirando. Isso que é mais estranho e incrível sobre essa série, é que está em constante mudança. Como um monstro criado.
BROWN: É algo do tipo, sim. Eu concordo. também acho que, aproveitando o que o Finn disse, é muito difícil pra mim. Estou lendo o script e vejo os outros personagens tendo muitos momentos divertidos, e daí temos a Eleven passando por seu pior momento até agora. Essa definitivamente tem sido a temporada mais difícil que já filmei, e tem algumas das coisas mais assustadoras que já vi como ser humano, o que vocês verão com certeza. Eu terei que contar mais histórias e tocar nas minhas expectativas como pessoa ao filmar no set com essas coisas legitimamente sombrias.
PERGUNTA: Na 3ª temporada, Dungeons and Dragons parecia ser a última coisa na cabeça de Mike. Mas agora ele é parte do Hellfire Club. De onde veio essa mudança?
WOLFHARD: Porque é um pouco… eu não sei. Vem de algo relacionado ao crescimento. Quando você tem algo que está profundamente instaurado na sua mente, tipo o Mike com o D&D, acaba virando outra coisa quando se cresce. Então acho que ele aprende que pode ser um pouco rebelde quando se trata de D&D. Para ser sincero, Mike é tipo um nerd total e um pouco antissocial, então acredito que poderia ser qualquer coisa. O Hellfire Club é um clube mais sombrio de D&D, para todos os rejeitados e deslocados basicamente jogarem D&D e acho que é legal porque ele se encontrou na escola. Ele finalmente tem algo. Então sim, acho que é diferente. Acho que tem um lado sombrio imposto nisso. Isso faz com que ele se sinta bem legal.
PERGUNTA: Agora, Mike e Eleven tiveram seus altos e baixos em seu relacionamento, obviamente. Mas isso é um grande desafio. Não é como se eles tivessem Snapchat para conversar entre eles e manter contato. Como isso acontece? Como essa distância traz um impacto para eles na 4ª temporada?
WOLFHARD: Bom, acho que é tipo aquelas coisas que são tipo, é impossível. E é com qualquer um. É tipo como ter uma mãe, um pai, qualquer um. Eles estão ali. É como ar ou algo do tipo. É como se fossem parte da sua vida. Você não pode fingir que nunca aconteceu. Tem algo muito poderoso entre Mike e Eleven, porque eles estão tão apaixonados, eles se amam tanto e eles passaram por tanto juntos que é tipo… É também um jeito incrível e profundamente triste porque eles nunca tiveram mais ninguém, tipo… isso é o que é mais bonito. É porque eles não tem uma vida normal e é assim para eles, e é isso que torna tão especial. Mas é tipo, super… não consigo imaginar uma relação à distância nos anos 80. Não consigo imaginar.
BROWN: Acho que é tipo, “Te vejo quando eu for te ver.”
WOLFHARD: Sim, provavelmente assim… Exatamente. “Tome essa pulseira” Sim. Exatamente. Isso é algo diferente, eles estão ligados, então sim. Acho que eles estão muito conectados.
BROWN: Sim. É como se eles estivessem casados sem o divórcio como opção. Então é tipo, inevitável. Eles sempre estarão juntos. E você percebe alguns problemas de relacionamentos reais que eles enfrentarão nessa temporada, o que eu acho muito engraçado, e é muito comédia, mas também é muito real e muito, —
WOLFHARD: Sim. Absolutamente. E tenros. Sim. Vai ser muito bom.
PERGUNTA: Obviamente vocês tiveram que enfrentar alguns desses enormes perigos sobrenaturais mas também tem muito dessas coisas entre as relações pessoais. Como encontraram esse equilíbrio, e o que mais gostam de fazer?
WOLFHARD: Eu diria que me divirto mais… Não sei, ambos são bem divertidos. Você diz como ator? Porque sinto que numa questão de equilíbrio, isso seria uma questão pros Duffers porque eles sabem como escrever o equilíbrio entre coisas assustadoras acontecendo e relações interpessoais, essa coisas. Eu me divirto mais fazendo as relações interpessoais porque eu consigo me relacionar com os personagens. Todos tivemos conversas estranhas com alguém que você ama muito, mas nem todo mundo quase foi morto por um Demogorgon, foi em dimensões diferentes e coisas do gênero. Então acho que é mais fácil, e pode ser melhor pro ator fazer coisas mais pessoais.
BROWN: Eu concordo plenamente, Finn. Eu acho que me satisfaço mais fazendo coisas que são mais desafiadoras para mim. Então se você me diz para chorar por quase 10 horas, eu provavelmente faria. Mas as coisas mais desafiadoras para mim são as de comédia e mais relacionadas com o mundo real.
FINN: Na última temporada, acho que quando estávamos na mercearia, e nós estávamos filmando aquela parte, e eu estava tipo, tentando explicar o que é o amor. Para mim, aquela foi a coisa mais divertida que já fiz na série.
BROWN: E acho que isso sempre foi um desafio para mim, como atriz, fazer tudo isso com o Finn porque crescemos juntos. Fazemos isso juntos nos últimos sete anos, e é quase que um relacionamento que sempre retomamos depois de tanto tempo sem filmar, e nós ficamos tipo, “Ok, aqui é onde os personagens estão agora, e podemos crescer e fazer as cenas juntos e normalmente improvisamos muito também e essas coisas.” Está sendo muito legal fazer essas coisas com a mesma pessoa que—
WOLFHARD: É muito mais confortável. Seria horrível se fossemos tipo um sabonete, e estivéssemos mudando constantemente de namorado e namorada.